quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Produção textual: A carta













Porto Nacional – TO, 05 de janeiro de 2011
Caros colegas leitores,

É incrível que com tanto progresso em variadas áreas, como a tecnologia por exemplo, enfrentamos os mesmos problemas de habitação, saúde, segurança, educação, infra-estruturas, entre outros.
O mundo evoluiu, mas parece que o ser humano é o único ser que não acompanhou tal evolução. O que é irônico, uma vez que ele é o autor responsável por tanta mudança. Ainda hoje, encontramos pessoas tentando sobreviver numa selva, agora urbanizada, sem as condições mínimas necessárias ao ser humano.
As moradias estão sendo destruídas por seus próprios construtores – já que o homem é o único animal que destrói o ambiente no qual vive praticando por exemplo a poluição, o não cultivo ambiental, o desmatamento entre outros. Pequenos atos, tem trazido grandes consequências como inundações e desabamentos.
A saúde e educação estão sendo banalizadas ao serem tratadas como comércio. O poder público parece estar preocupado com números, com um lugar mais alto, ou de melhor prestígio nas pesquisas. O ser humano estar sendo insultado a cada momento ao se dirigir ,por exemplo, a uma unidade de saúde e tendo que se submeter à pessoas diplomadas mas sem ‘verdadeiro’ preparo para o ofício. Sendo assim, se a saúde já estava ruim pode ficar ainda pior.
No campo educacional, os números de aprovação tornou-se prioridade. Sendo assim o despreparo está aumentando seja ele no nível universitário, médio, básico, técnico entre outros. A mentalidade do ser humano já não é mais trabalhada. Talvez porque uma mente fraca seja mais fácil para ser manipulada. O incentivo, a busca para uma formação de qualidade está em segundo plano.
Aumenta, cada vez mais, a busca pelo acúmulo de diplomas e certificados ao mesmo tempo em que se ignora a possibilidade de construção de conhecimentos. As pessoas frequentam o ambiente escolar/acadêmico para serem promovidos de período/série; trabalham para ter seu salário no fim do mês. A minoria pensa em ser os melhores, em se superar a cada dia.
O mundo de hoje exige que “saibamos cada vez mais de cada vez mais”. Enquanto isso a quantidade de pessoas que se enquadram nesse perfil diminui consideravelmente. Com a falta de conhecimento, muitas pessoas estão sendo excluídas do mercado de trabalho. Esse fato leva-as a optarem por um estilo de vida não aceitável pela sociedade: como roubo, prostituição, assassinatos, tráfico...
Atualmente, não há confiança. Não sabemos se a “Segurança” realmente nos assegura ou se ela também é refém da criminalidade. Não podemos confiar no poder público, pois não sabemos se ele é o herói ou vilão de nossa história; se ele se compromete com o progresso da nação ou com seu próprio progresso.
Quanto a infra-estrutura não há muita coisa a ser relatada mas ser evidenciado, vivenciado a cada período chuvoso. As estradas municipais, estaduais, federais são um dos grandes perigos causadores de mortes de milhares de seres vivos. Em cada período chuvoso estas estradas são remendadas “solucionando” periodicamente o problema, pois ao chegar a próxima estação chuvosa os buracos reaparecem cada vez maiores.
Não precisamos de ‘maquiagem’ para disfarçar as imperfeições de numerosas estradas, precisamos de ‘remédios’ de verdadeiras soluções. É preciso investimento , e não apenas material. É necessário investir no ser humano, é preciso trabalhar acima de tudo no caráter das pessoas, em sua formação, para que assim elas possam dar-se de presente uma vida digna, de qualidade e de respeito consigo mesmo e com o ambiente em que vive.

Atenciosamente,






Michelly Pereira dos Santos





Produção textual: Carta